Uma das aplicações mais importantes e interessantes do ar comprimido respirável é na área médica hospitalar. Abaixo segue uma síntese de como funciona essa área e como é gerado, tratado e distribuído esse tipo de utilidade médica.
O sistema de ar comprimido hospitalar consiste de 5 etapas:
2. Tratamento do ar gerado
a. Remoção óleo residual liberado pelos compressores.
b. Remoção de particulados e materiais dispersos no ar gerado. Geralmente os sistemas de filtragem são compostos por filtros H.E.P. A (filtros de alto desempenho com retenção de até 99,97% de material particulado de até 0,3 micra (µm).
c. Remoção de vapor e condensado deágua do ar atmosférico comprimido (geralmente realizado em duas etapas: secador de ar por refrigeração e secador por adsorção ou supressão). Os secadores ajudam a evitar a proliferação de microorganismos no sistema de ar comprimido (reservatórios, tubulações e filtros)
d. Remoção de hidrocarbonetos (névoa e gases) que o sistema não conseguiu reter na separação ar/óleo e durante a filtragem de coalescentes (pré filtragem). A remoção de hidrocarbonetos é geralmente promovida por filtros de carvão ativado.
e. Remoção de monóxido de carbono (co), realizada por catalisadores dedicados. Invariavelmente o processo de quebra do monóxido de carbono em dióxido de carbono é realizado após todas as etapas anteriores por diversos motivos[1].
3. Armazenamento do ar comprimido em reservatórios. Os reservatórios servem como um sistema de redundância para emergência. Caso falte energia e os compressores deixem de funcionar, os reservatórios conseguem suprir as demandas de um hospital durante algum tempo até que os geradores restabeleçam o fornecimento de energia e os compressores voltem a funcionar.
4. Sistemas de no-break eficientes. Os sistemas de geradores dos hospitais são vitais não só na geração do ar comprimido respirável. Apesar de não fazer parte da geração e tratamento do ar comprimido hospitalar, os geradores fornecem a energia elétrica necessária à geração do ar em si.
5. Monitoração dos parâmetros técnicos do ar comprimido gerado e automação. Na verdade as normas e leis (ABNT NBR 12188:2003, RDC 50, 2011) que tratam desse assunto não dizem da necessidade de tal monitoração, mas apenas dizem os intervalos e limites de contaminantes e características intrínsecas do ar comprimido. O problema é que apesar de todos os sistemas possuírem características essenciais para o tratamento do ar, nenhum sistema é perfeito e falhas podem ocorrer. Em caso de falhas o sistema deve possuir características autônomas de regeneração, controles precisos das falhas e envio de informações a um responsável técnico que possa tomar decisões a tempo de prever e evitar falhas e defeitos. Analisadores eletrônicos dos parâmetros da qualidade do ar ajudam a prever defeitos e falhas nos sistemas de purificação do ar. A automação desses sistemas pode também realizar o revezamento dos compressores de ar e assim evitar o desgaste precoce das máquinas.
O arcomprimido hospitalar é utilizado para diversas finalidades entre elas destacam-se:
1. Transporte de medicamentos no organismo
3. Limpeza e secagem de material e instrumentos
4. Como fonte de vácuo através do princípio de Venturi
5. Terapia de tratamento de doenças crônicas, agudas e emergências[2].
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Fontes:
1. HOSPITAL GERAL. Gases Medicinais.
Disponível em: <http://www.hospitalgeral.com.br/1_prof/adm_hosp/gases_med/ar.htm>. Acessado em: 17/06/2012
2. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). RESOLUÇÃO – N°50, 20/09/2011.
Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf>. Acessado em: 17/06/2012
3. ABNT NBR 12188:2003. Sistemas centralizados de oxigênio, ar, óxido nitroso e vácuo para uso medicinal em estabelecimentos assistenciais de saúde.
Disponível em: < http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=2302>. Acessado em: 17/06/2012
4. MULTI MEDIA ASSOCIATION KOREA. Medical Gás Distribution System.
Disponível em: < Disponível em: < http://www.mmakorea.co.kr/home/www.mmakorea.co.kr/images/bizarea/img_01.gif >. Acessado em: 17/06/2012>. Acessado em: 17/06/2012
[1]ÁGUA CONDENSADA, EXCESSO DE NÉVOA DE ÓLEO E PARTICULADOS ATRAPALHARAM A EFICIÊNCIA DOS CATALISADORES DE CO.
[2] QUANDO UM PACIENTE CHEGA A UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA, POR EXEMPLO, A FONTE DE AR RESPIRÁVEL É UM FATOR DETERMINANTE NA QUALIDADE DO TRATAMENTO BEM COMO NA MELHORA DO ESTADO DO MESMO.
Claudinei Machado
CoFundador da Breathe Sistemas de ar respirável
CoFundador da Breathe Sistemas de ar respirável