O “Manual de Proteção Respiratória”, escrito pelo Dr Maurício Torloni em co-autoria com o Prof. Antônio Vladimir Vieira, é um dos principais livros que aborda de forma completa o tema da proteção respiratória. Embora as empresas estejam mais atentas à necessidade de adotar medidas de proteção de vias aéreas no ambiente de trabalho, a criação de práticas eficazes requer uma boa dose de conhecimento teórico, além de conhecimento prático e do próprio ambiente da empresa.
A adoção de medidas e equipamentos deve ser feita sempre a partir de uma avaliação técnica. Por isso, contar com profissionais bem preparados, que dominam tanto os conceitos, quanto a execução de medidas de proteção, é tão importante.
No post de hoje, vamos trazer um pouco sobre o livro, bem como, mostrar a importância de unir teoria e prática quando o assunto é proteção respiratória. Para saber mais, não deixe de conferir.
Manual da Proteção Respiratória: o que diz o livro?
Como explicamos, o Manual da Proteção Respiratória é um dos livros mais completos sobre o tema. Além de trazer um panorama sobre a biologia do sistema respiratório, o livro trata amplamente da exposição aos agentes químicos e toxicologia, riscos respiratórios e agentes químicos, equipamentos de proteção respiratória, filtros para aerodispersóides e filtros químicos.
Adicionalmente, o livro também traz uma seleção de respiradores para uso rotineiro, uso de emergência, uso em escape e em resgate. Por fim, ele também cobre assuntos relacionados à respiradores, que ultimamente ganharam bastante espaço na mídia em razão da pandemia. Assim, o manual também aborda os respiradores contra bacilos da tuberculose, antraz e o vírus SARS.
Quanto à limpeza, higienização e manutenção de respiradores, bem como ar respirável, o Manual traz capítulos específicos.
A linguagem do Manual da Proteção Respiratória é bastante clara e objetiva. De um modo geral, o livro cobre de forma bastante completa todos os tópicos relacionados com o tema e é um material bastante recomendado tanto para técnicos, quanto leigos que querem saber mais sobre o tema. Para técnicos, em especial, o livro traz exercícios práticos, que ajudam a unir teoria e prática na solução de problemas.
Proteção respiratória: teoria e prática
A inalação de determinados gases, poeira, névoas e microrganismos pode representar uma série de riscos à saúde e segurança do trabalhador. Por isso, a proteção respiratória no ambiente de trabalho é algo tão relevante e precisa de atenção e tratamento profissional.
Cada operação de uma empresa, no entanto, demanda medidas específicas que precisam ser avaliadas tecnicamente. Somente com uma análise criteriosa do ambiente de trabalho e consulta a normas específicas é possível minimizar riscos respiratórios e, eventualmente, eliminá-los.
Nos termos da legislação, uma das medidas que devem ser realizadas pelo corpo técnico de segurança do trabalho é o Programa de Proteção Respiratória (PPR), previsto na Norma Regulamentadora n.º 15. Todas as empresas devem ter um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), mas setores que possuem riscos respiratórios inerentes à atividade, como é o caso da indústria por exemplo, precisam também de um PPR.
No anexo da NR nº 15, é possível consultar os limites para a exposição de agentes químicos, poeiras minerais e agentes biológicos. Mesmo que o escopo dessa norma trate sobre operações e atividades insalubres, ela serve de parâmetro para medir a quantidade de particulados e químicos e, assim, também controlar a qualidade do ar no ambiente de trabalho.
A adoção de medidas protetivas, no entanto, também precisa levar em consideração o tempo e a intensidade de exposição do trabalhador. Assim, mais do que medir particulados e químicos, o técnico precisa entender os efeitos causados no sistema respiratório e assim adotar as medidas corretas. O conhecimento técnico, portanto, é essencial para agregar todos esses fatores na hora de decidir por equipamentos ou medidas.
Medidas de proteção respiratória: como implementá-las
Todo técnico precisa saber como unir a teoria e a prática na hora de implementar medidas de proteção respiratória. Inicialmente, é essencial fazer um diagnóstico, medindo temperatura, umidade, pressão atmosférica e grupo homogêneo de exposição. Essa avaliação preliminar é essencial para determinar equipamentos e também fazer uma análise de todos os riscos existentes em campo ou mesmo no próprio ambiente do trabalhador.
Outra análise importante diz respeito ao próprio trabalhador. Como o equipamento precisa estar adequado ao indivíduo é essencial avaliar questões como porte físico, frequência cardíaca, respirometria, sensibilidade alérgica, uso de lentes ou óculos e quais equipamentos adicionais o trabalhador deve utilizar quando realizar qualquer operação que requer a proteção respiratória. Além das análises, obviamente, o teste do equipamento no corpo do trabalhador também é essencial para que se façam os ajustes necessários.
Por fim, é fundamental implementar treinamentos que eduquem os trabalhadores quanto aos riscos e a necessidade de proteção, bem como, ensinem sobre a utilização, o armazenamento e até a limpeza dos equipamentos.
A importância do trabalho técnico aplicado à prática
Para as empresas, contar com bons técnicos, que sabem como unir a teoria à prática, traz uma série de benefícios. Primeiramente, ter um corpo técnico preparado reduz de forma sensível o número de acidentes de trabalho envolvendo asfixia, envenenamento e até mortes por problemas respiratórios.
Além disso, o cuidado com os trabalhadores gera motivação, aumento da produtividade e melhoria do ambiente de trabalho, trazendo impactos também nas taxas de rotatividade da empresa.
Por fim, o trabalho técnico aplicado à prática, contribui para a melhoria da reputação da empresa no mercado, diminuindo o esforço do RH na busca por talentos e o custo com multas e indenizações trabalhistas também pode cair sensivelmente.
Boas medidas de proteção respiratória são aquelas que reúnem uma avaliação criteriosa do ambiente de trabalho, conhecimento técnico, conhecimento da legislação e até uma dose de criatividade para instituir práticas que minimizem ao máximo os riscos. Por isso, se apoiar em uma boa literatura e se preparar é uma tarefa que todo técnico deve investir para promover resultados constantes.
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