Formação de monóxido de carbono no ar comprimido com Óleo Mineral
O ar comprimido é uma fonte de energia essencial (utilidade) em diversos setores da indústria, desde fábricas e usinas até oficinas e hospitais. No entanto, um perigo subestimado se esconde nesse processo: a formação de monóxido de carbono (CO) devido ao processo de compressão em altas temperaturas e óleo mineral.
Como o Monóxido de Carbono pode se formar no ar comprimido?
Em condições normais, a compressão do ar atmosférico não gera CO. O ar é composto majoritariamente por nitrogênio (N2) e oxigênio (O2), com pequenas quantidades de outros gases. Durante a compressão, a pressão e a temperatura do ar aumentam, mas a composição gasosa se mantém inalterada.
No entanto, 3 FATORES QUE PODEM AJUDAR NA FORMAÇÃO DE MONÓXIDO DE CARBONO (CO):
- SOBREAQUECIMENTO DO COMPRESSOR: Se o compressor apresentar falhas ou operar em condições inadequadas, o ar pode sofrer superaquecimento excessivo. Essa alta temperatura, acima de 200°C, provoca a decomposição do óleo lubrificante presente no compressor, liberando carbono. Em um ambiente com baixo teor de oxigênio, o carbono reage com o oxigênio presente no ar, formando CO.
- LUBRICANTE VENCIDO OU DE BAIXA QUALIDADE: Lubrificantes de baixa qualidade podem não conter todas as propriedades para evitar sua degradação precoce, ou ainda não ser capaz de promover uma excelente lubrificação e arrefecimentos dos sistemas de compressão. Isso em última análise fará com que as partes móveis do compressor envolvidas na compressão do ar trabalhem com altas temperaturas e possa facilitar a formação de monóxido de carbono.
- CONTAMINANTES NA CAPTAÇÃO DO AR DA ATMOSFERA: A presença de impurezas no ar aspirado pelo compressor, como hidrocarbonetos, vapores orgânicos ou monóxido de carbono pré-existente, também pode contribuir para a sua formação durante a compressão. Compressores só DEVEM funcionar em áreas bem ventiladas e com renovação constante do ar. Isso ajuda no arrefecimento do compressor e evita a reação química da compressão do ar com concentração pobre em oxigênio e rica em CO2 que pode favorecer a formação de CO posteriormente.
Riscos à Saúde e Segurança Ocupacional
O CO é um gás incolor, inodoro e insípido, tornando sua detecção sensorial praticamente impossível. Essa característica o torna um perigo ainda maior, pois pode levar à asfixia sem que a vítima perceba.
A inalação de CO provoca a carboxi-hemoglobina, um composto que se liga à hemoglobina nos glóbulos vermelhos com 200 vezes mais afinidade do que o oxigênio. Isso impede o transporte eficiente de oxigênio para os tecidos, causando diversos sintomas, como:
- Dor de cabeça
- Náuseas
- Vômitos
- Tontura
- Confusão
- Perda de consciência
- Morte
Normas e Estudos: Reconhecendo o Perigo
A OSHA 1910.134, norma de segurança e saúde ocupacional dos Estados Unidos, reconhece o CO como um risco significativo na compressão de ar e estabelece limites de exposição permissíveis (PEL) para o gás.
Diversos estudos científicos comprovam a relação entre a compressão de ar e a formação de CO. Um estudo publicado na revista “Applied Occupational and Environmental Medicine” identificou níveis de CO acima dos limites da OSHA em compressores com óleo lubrificante e problemas de funcionamento.
Protegendo-se do CO
Para garantir a segurança dos trabalhadores que utilizam ar comprimido, é fundamental implementar medidas preventivas:
- Manutenção preventiva regular dos compressores: Verificar o nível e a qualidade do óleo lubrificante, corrigir falhas e garantir o bom funcionamento do equipamento. Os compresorres mais modernos, como os compressores a parafuso lubrificado, já possuem termostatos que desligam automaticamente o compressor em caso de sobreaquecimento, falta de água ou falta de óleo no sistema de arrefecimento.
- Monitoramento do ar comprimido: Utilizar detectores de CO para monitorar os níveis do gás na linha de ar comprimido e tomar medidas imediatas em caso de exceder os limites permitidos.
- Ventilação adequada: Assegurar ventilação adequada nos locais onde o ar comprimido é utilizado para diluir o CO e evitar a sua acumulação.
- Treinamento e conscientização: Treinar os trabalhadores sobre os riscos do CO, os sintomas de intoxicação e os procedimentos de segurança em caso de exposição ao gás.
Estudos que comprovam a formação de CO na compressão do ar com óleo mineral
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“Formação de monóxido de carbono durante a compressão de ar com óleo lubrificante”
Este estudo, publicado na revista “Tribology International”, investigou a formação de CO em compressores de ar lubrificados com óleo mineral. Os resultados demonstraram que a degradação térmica do óleo em altas temperaturas, acima de 200°C, leva à formação de CO. O estudo também identificou que fatores como a qualidade do óleo, a taxa de compressão e a presença de contaminantes influenciam na quantidade de CO gerada.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0360544221009361
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“Emissão de monóxido de carbono em compressores de ar lubrificados com óleo”
Publicado na revista “Environmental Science & Technology”, este estudo avaliou as emissões de CO em compressores de ar lubrificados com óleo mineral sob diferentes condições operacionais. Os resultados mostraram que as emissões de CO aumentavam significativamente com o aumento da temperatura de compressão e da pressão do ar. O estudo também identificou que a utilização de óleos de baixa qualidade contribuía para o aumento da formação de CO.
https://pubs.acs.org/doi/full/10.1021/bk-2022-1412.ch009
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“Impacto da qualidade do óleo lubrificante na formação de monóxido de carbono em compressores de ar”
Este estudo, publicado na revista “Journal of Occupational and Environmental Hygiene”, investigou a relação entre a qualidade do óleo lubrificante e a formação de CO em compressores de ar. Os resultados demonstraram que a utilização de óleos de alta qualidade com aditivos antioxidantes e anticorrosivos reduzia significativamente a formação de CO em comparação com óleos de baixa qualidade.
Observações importantes:
- Estes são apenas alguns exemplos de estudos que comprovam a formação de CO na compressão do ar com óleo mineral. Diversas outras pesquisas foram realizadas nesse campo, e novos estudos continuam a ser publicados.
- É fundamental consultar fontes confiáveis de informação e seguir as normas de segurança adequadas para garantir a segurança e a saúde no local de trabalho onde o ar comprimido é utilizado.
ANIMAÇÃO DO MONITOR DE MONÓXIDO DE CARBONO (CO) PARA ANALISAR O AR COMPRIMIDO RESPIRÁVEL DOS
COMPRESSORES DE MERGULHO, EMERGÊNCIA E SUPRIMENTO DE AR COMPRIMIDO RESPIRÁVEL EM GERAL
A formação de monóxido de carbono durante a compressão de ar é um perigo real que não deve ser subestimado. Através da implementação de medidas preventivas, como manutenção adequada dos compressores, monitoramento do ar comprimido, ventilação adequada e treinamento dos trabalhadores, é possível garantir a segurança e saúde daqueles que utilizam essa importante fonte de energia. Veja abaixo a ANIMAÇÃO do Kit Omega da Breathe. Solução para monitoramento em linha de ar comprimido respirável (ar mandado) ou para compressores de enchimento de cilindros de máscara autônoma.
Que tal ficar em conformidade com a norma de Ar Respirável
e evitar o risco de Monóxido de Carbono (CO) na sua Linha de Ar Comprimido Respirável?